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#5 - Propósito
🌷 Florescer Interior #005
V.
O N T E M
Em um poste de uma rua qualquer, deparei-me com um cartaz de “procura-se”.
A cidade inteira estava tomada por eles.
Uma verdadeira campanha de busca.
Em letras garrafais, um nome se lia:
PROPÓSITO
Propósito?
Tentei puxá-lo na memória…
“Propósito” não me era estranho,
mas também não me era acolhida.
Por bem, concluí que não o conhecia,
tampouco saberia a quem reclamar sua partida, além de mim.
Recorte da obra Birthday, de Dorothea Tanning (1942)
H O J E
Na tentativa de achar “propósito”, uma grande recompensa é prometida.
Paga-se caro a quem trouxer uma pista.
Um indivíduo então para ao meu lado, observa o cartaz e sussurra:
“Ainda há esperança, mas está perdido há dias!”
Há dias? Como isso é possível? Com o que sobreviveria?
Dediquei-me a pensar nisso por mais tempo do que gostaria.
Estaria “propósito” mesmo perdido?
E se, ao ter sido encontrado, com a alegria vivida,
recolher um cartaz já não mais importaria?
(...)
Olhei para o meu relógio, estava com pressa.
Abordei o indivíduo do sussurro e perguntei para onde ia,
eis então que ele me anuncia:
“Para onde quer que você gostaria!”
Aceitei sua companhia, mas não antes sem perguntar seu nome.
Constrangido, como quem não se intitula,
com destreza, mas sinceridade responde:
“Propósito, pode me chamar de Propósito”.
Estou desfeito nas nuvens:
vejo do alto a cidade
e em cada esquina um menino
que sou eu mesmo, a chamar-me.
Obrigada por estar aqui!
Com amor,
Gabi.
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