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#2 - Solitude
🌷 Leia – Florescer Interior #002
II.
"A vida é breve", ouvi dizer.
Mas confesso que, de certa forma, essa percepção é incompleta para mim.
Acredito ser mais adequada a conclusão de que ter uma vida breve é uma escolha.
Uma escolha consciente sobre como atravessar o aqui, no agora…
Um lampejo de presença neste fragmento de espaço-tempo que não volta.
(...)
Por quanto tempo você é capaz de habitar a sua própria companhia – e apreciar inteiramente essa experiência?
Esse instante no encontro da versão mais genuína que há em você,
fragmentos intangíveis entre luzes e abismos…
o quanto você se permite apreciar o universo incomparável que há em si?
Perceba: não há ninguém que você conviva mais nesta vida do que consigo mesmo.
Ninguém!
Mas ao deixar de conviver verdadeiramente com quem se é,
você anula a chance de poder ser genuinamente quem é no mundo.
Em qual medida você está abreviando a sua vida?
"Não temos pouco tempo, mas desperdiçamos muito."
Recorte da obra Absinthe Drinkers or Wormwood (1876), de Edgar Degas
S O L I T U D E
Você não é quem você é quando está distraído.
Tampouco quando está na companhia de quem busca constantemente por distrações.
Também há menos de você quando, por culpa, você deixa de revisitar o passado.
Quando, por medo, você deixa de viver o presente.
Quando, por ansiedade, você deixa de manifestar o futuro.
Escapismo.
A fórmula perfeita para a manutenção da tão tentadora – e coletivamente aceitável – "contaminação social".
Não resumida apenas a outros indivíduos, mas também a todos os inúmeros estímulos do nosso tempo atual.
A todo momento: uma ideia reformulada, um conceito reinventado, ou um novo comando expressado sobre como ser – ou simplesmente deixar de ser.
Mas o que você encontra em si mesmo quando está sem distrações?
O que resta em você quando se afasta dos distraídos?
(...)
É por isso que a vida parece tão curta!
Porque deixa-se de dar para si o tempo, bem como o espaço.
Porque esquece-se de desenvolver a habilidade de habitar verdadeiramente o próprio ser.
Há desconforto em cortar distrações.
Há desconforto na vigilância de pensamentos que revisitam a mente.
Mas há um indivíduo a ser conhecido nesse processo.
Um indivíduo que vale a pena ser conhecido.
Que emerge quando alcança a fissura da "contaminação social".
Que amplifica o espaço-tempo.
Por isso, porquanto houver uma conexão intransponível entre você e o que há em você…
por que não se permitir florescer?
Recorte da obra Rosalind In The Forest, de John Everett Millais
Seja presença.
Dê para si o tempo e o espaço para ser.
/ Estar você / Viver você /
Apenas você – e nada mais.
Sem amarras, sem julgamentos.
Deixar emergir, deixar florescer.
E por mais desafiador que isso seja,
Simplesmente seja.
"Há uma doce luz no silêncio,
e a dor é de origem divina."
Até a próxima!
Com amor,
Gabi.
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